quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Cidade do Porto - Algumas Cantigas de BEM DIZER














ALMEIDA GARRETT
Se na nossa cidade há muita gente que troca o " B " pelo " V ", há pouca gente que troque a liberdade pela servidão.

CAMÕES - Em " Os Lusíadas "
" ... daqui, donde houve nome O velho Portugal, seu nome ainda Honrado surgirá ... "

TOMÁS RIBEIRO
" Porto que viste o fogo, o sangue e os lutos Que formaram cortejo ao novo sólio
Da augusta liberdade. "

MOSINHO EM VERSO À CIDADE DA VIRGEM :
Em armas arde, e forte gente manda
Aquella, que do Douro as agoas bebe,
Que em campo largo d’huma e d’outra banda
Por insignia huma Torre alta recebe
E dentro n’ hum Caixilho entre ambas anda
Aquella Virgem que do Ceo concebe,
Que entre os braços o lindo filho amima
Que mais que a propria vida a nossa estima.

RAMALHO ORTIGÃO
" O portuense é o homem mais dedicado , mais serviçal , mais bom homem . Somente há três coisas de que ele não gosta — e nesse ponto é mau brincar com ele . Não gosta de Lisboa . Não gosta da policia . Não gosta da autoridade .
Da autoridade vinga-se , desprezando – a . Da policia vinga-se , resistindo - lhe . De Lisboa vinga – se , recebendo os lisboetas com a mais amável hospitalidade e com a mais obsequiosa bizarria . "

PINHEIRO CALDAS
" O Porto que deu nome e liberdade E glória a Portugal ! baluarte heróico
Dos triunfos de um povo enobrecido. "

TIAGO ANDRÉ DA SILVA DE OLIVEIRA - És Porto - Canto I e Canto II

CANTO I
Quando o sol te incide fazendo brilhar a luz a ti inerente
Essa luz tao tua que apaixona e não deixa ninguém indiferente
Da um gosto a porto tinto da tua vida aquele que passa encantado
Por ver vivo um quadro pelo tempo pintado
O teu calor tao próprio como o teu jeito de falar
És por do sol a beira mar, és um tesouro incalculável que qualquer um pode encontrar
És noite tão brilhante como o futuro a tua frente
E tens como sangue nas tuas veias a força da tua gente
O teu coração bate ao ritmo dos martelinhos de são João
E do céu iluminado naquela noite de verão
És um cálice na mao de um momento inesquecível
És hoje aquilo que muitos pensavam ser impossível
És o cheiro a castanhas junto com o som forte do pregão
Das varinas que nos conquistam no mercado do bolhão
És ser mitológico que te eleva nas vitorias
E que partilha e espalha o teu nome nas suas inúmeras glorias
És torre do clérigos, palco para uma vista
Para aquilo que muitos desejaram, ter um dia como conquista
És artista, que pinta o seu próprio futuro
És casa, és alma, és porto seguro
Deste casa à música pondo-a no teu coração
Dando assim compasso ao ritmo da multidão
És musa, inspiração para tantas canções
És a calmaria da chuva tendo em si a força dos trovões
És povo forte e inabalável, invicto por natureza
És fruto imortal de tao grande proeza
Vives nas boémias cordas que declamam o seu pranto
E vais na boca e no peito dos que te viram com espanto
És historia em cada recanto, e tens encanto no teu canto
És rio, és mar, és porto és tanto

CANTO II
vês o que vejo?
um oceno de gente no qual velejo
e vivo e provo e sinto aquele teu néctar tinto
naquela rua tao escura onde todos me acolhem
porque és presente futuro para aqueles que te escolhem
paraiso tao simples no seu único requeinte
e o cheiro do manjar do povo que eu já pressinto
e que calorosamente me convida a entrar
e que me mostra que á mesa de todos encontro lugar
e cresce a vontade de te conhecer
e no seio dos teus braços corro até me perder
calcorreando a tua calçada portuguesa tao bela
circundando um bolhão delicadamente pintado a aguarela
e tudo o que de ti sei em nada se transforma
a medida que tu, cidade invicta vais ganhando outra forma
aos olhos inocentes que bebem de ti
cidade mui nobre e leal caida nunca te vi
até o ceu te cobre de respeito azul e branco
parecendo ter sido pintado para ti tal belo manto
lar permanente na mente de quem te sente
e que apesar de mais tarde partir te mantem sempre vividamente
cidade imponente mas de tao doce tratar
de portas abertas a quem te quer visitar

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