História da Cidade do Porto - As Invasões Árabes

Vímara Peres

716 - a cidade ( em árabe, Burtughal ) é invadida e destruida por Almançor , cognome de ammad ibn 'Abd-Allah ibn Abu , O Vitorioso .
Essa invasão é rechaçada em 750 , por Afonso I das Astúrias , no entanto, esse ataque originou um abandono da população da cidade , onde apenas permanecem uma parte da população rural .

Em 868 , o rei Afonso III das Astúrias promove o seu repovoamento , encarregando para o efeito , o conde Vimara Peres , guerreiro galego , filho do conde Pedro Theon e casado com a galega nobre Trudildi .
Auxiliado por guerreiros da região conquista o território, e , restaura a cidade ( Presúria do Porto ) . Assim é estabelecido o Condado Portucalense como parte do reino Asture - Leonês .
Nesse ano Vímara Peres torna - se no primeiro Conde de Portucale .
Vímara Peres funda o burgo fortificado de Vimaranis , que por evolução fonética , se tornou Guimarães , vindo aí a falecer em 873 .
O seu filho , Lucídio Vimaranes sucedeu -lhe como 2º conde de Portuscale instituindo - se assim uma dinastia condal que governaria a região até 1071 .
Na Crónica Laurbanense , do Mosteiro do Lorvão a nota : " Era nonagentesima sexta prenditus est Portucale ad Vimara Petri " .

Batalha de Rio Tinto
Azulejos da Estação de Comboios de Rio Tinto

10 anos depois da presuria do Porto , a Presuria de Coimbra por Ermenegildo , cujo filho , Guterre Mendes foi pai de Rosendo Guterres , mais tarde conhecido por S. Rosendo , nascido em 907 , e que em 968 congregou condes galegos e portucalenses para defenderem a Galiza de normandos comandados pelo viking Gunderedo .

Em 920 o califa Abderrahman II cerca a cidade do Porto com um poderoso exército , o rei Ordonho II , genro do Conde Hermenegildo Gutierres , vem em seu socorro , afastando o exército mouro para uma localidade junto a um rio , onde se deu uma batalha tão feroz , que de tanto sangue derramado , deixou as águas do rio tingidas de sangue .  Esse rio passou a chamar - se Rio Tinto e , também nesta terrível batalha , após muitas perdas pelo lado mouro , estes começaram a fugir , Hermenegildo manda as tropas persegui - los e começa a contar os mouros mortos , e gritou para Ordonho " Já conto mil " , dessa frase surgiu o nome do lugar de Contumil .
Os cristãos atribuiram a vitória ao aparecimento no meio da batalha de uma imagem de Nª Srª , ao qual ergueram uma ermida , com o nome de Santa Maria de Azáres , que mais tarde passou a chamar - se de Nossa Senhora da Entrega .

Batalha de Rio Tinto
Azulejos da Estação de Comboios de Rio Tinto

Actualmente na Estação de Caminho de Ferro de Rio Tinto , existe um painel de azulejos a memorizar esta batalha .

Em 922 o califa Abderrahman II anteriormente derrotado na batalha de Rio Tinto , cerca a cidade , e , assalta - a.  As muralhas são arrasadas , e o burgo dizimado .

968 - ataque viking onde o Conde Gonçalo Sanches ( conde Portucalense ) é mencionado como tendo destruído toda a frota de Gunrod da Noruega , capturado e esfaqueado toda a tripulação e seu rei .

Em 998 , nas ruínas do Porto encontravam - se asilados D. Munio Viegas de Riba - Douro , poderoso senhor na comarca de Entre Doiro e Minho , seu irmão D. Sesnando , e seus filhos D . Egas e D. Garcia Moniz , que resolveram pedir auxílio na Gasconha no combate contra os mouros .

Em 999  D . Munio e seus irmãos têm à disposição uma Armada liderada por fidalgos Gascões , entre os quais se encontrava D. Nónego , Bispo de Vendôme em França e mais tarde bispo do Porto , que como bispo tinha à sua disposição grande poder de recrutamento .

Batalha de Rio Tinto
Azulejos da Estação de Comboios de Rio Tinto

Esta Armada que mais tarde viria a ser conhecida pela Armada dos Gascões entra pela foz do Rio Douro e juntamente com D. Munio apoderam-se do Porto , depois de uma vitória sobre os sarracenos travada onde hoje é a praça da Batalha . A vitória foi dedicada à Virgem e memorizada com a construção de uma capelinha neste local .

D. Munio e os franceses restauram as antigas muralhas , e na parte mais elevada da cidade fundam uma Vila bem fortificada que , depois do conde D. Henrique , foi doada aos Bispos para sua habitação .
D. Nónego manda construir a torre e a porta principal ao qual lhe dá o nome de Porta da Vandoma , e ergue na fachada da torre um santuário , onde é colocada a imagem de Nossa Senhora do Porto ou da Vandoma .
Vandoma provém do celta Bendoma , “ Elevada ”, associada ao sentido de “ monte ou elevação ” , como divindade “ a mais subida ou elevada ” .

D. Munio Viegas , seus filhos , e outros fidalgos saem em ataque às forças mouras , e retomam as terras entre o Douro e o Vouga , dando o nome a essas terras de " Terras de Santa Maria " em homenagem a Nª Srª da Vandoma .

Senhora da Vandoma

A igreja de Cedofeita foi o único templo cristão onde durante o domínio mouro se celebrou missa , as autoridades mouras autorizavam esse acontecimento mediante uma " Carta de Jusgo " , e pela qual os frades pagavam um tributo .

Nas crónicas arabes e mouras , o território entre Coimbra e o norte da Galiza nunca foi conquistado , sendo apenas um território onde se limitavam a cobrar impostos , roubar e atacar algumas tentativas de revolta militar .

Os árabes chamavam ao Porto , Bortkl .